Entenda como o clipping sobreviveu e se repaginou com as mudanças provocadas pelos adventos tecnológicos das últimas décadas.
Quando o surgimento da internet começou a motivar o aparecimento de tecnologias que viriam substituir trabalhos braçais, muitas ocupações deixaram de existir. Igualmente, pensou-se que o clipping de notícias estava com seus dias contados, principalmente quando começaram a surgir os mecanismos de busca online. Mas ele não desapareceu, pelo contrário. De um compilado de cortes e colagens, acabou se transformando em uma ferramenta de inteligência de mercado.
Para começar a contar sobre essa evolução, vamos voltar no tempo uns 20 anos…
Na década de 90 e início dos anos 2000, a elaboração de um clipping de notícias dependia, literalmente, de um trabalho manual de corte e colagem. As pessoas encarregadas pela sua produção praticamente faziam um trabalho de scanner. Sem necessariamente ler o que viam, olhavam todos os jornais e revistas da época, até encontrarem as marcas, citações ou nomes dos clientes que buscavam.
Esses “clipadores” começavam seus trabalhos bem cedo, por conta do grande volume de notícias que tinham que pesquisar. O processo era todo manual e o clipping tinha que estar na mesa do cliente, pronto, logo no começo da manhã. Liam praticamente tudo que existia na época. Recortavam todas as citações e reuniam todas em uma espécie de ficheiro. Depois, enviavam o compilado final (e físico) para o cliente, via motoboy.
Claro que as falhas eram muitas. Imagine se olhos que madrugavam sonolentos teriam capacidade de ler tantos jornais e revistas sem deixar escapar nada, sobre nenhum de seus, 10, 20, 30 clientes. Obviamente que as clipadoras, em algum momento, deixavam furos. Era um volume muito grande de notícias. Humanamente impossível cobrir tudo sem deixar escapar nada.
No início dos anos 2000, chegaram as soluções de web crawler que entravam nos sites e indexavam suas notícias. Ou seja, já dava para se fazer clipping pela busca de palavras-chaves online, sem precisar ler tantos jornais e revistas que, às vezes, não traziam nada que se buscava. O resultado passou a ser muito mais rápido e preciso nesse formato online.
Mas, por incrível que pareça, muitos clientes não viam valor nesse novo tipo de clipping. Sabe aquele recorte de jornal que sua mãe guardou quando você ganhou a olimpíada de matemática da escola, em mil novecentos e bolinha, e que ela ainda guarda com o maior orgulho? Pois é, era uma lógica parecida com a dela. Muitos clientes gostavam de se ver estampados nas páginas impressas de jornais e revistas e, por conta disso, preferiam o clipping tradicional, mesmo com suas vulnerabilidades e falhas.
E, assim, por algum tempo o formato permaneceu mais importante que a própria utilidade do clipping de notícias, que continuou a existir nos seus moldes originais. E se os clientes não viam tanto valor nos clippings online, as agências atendiam suas vontades. Inclusive, focavam muito mais na divulgação em veículos impressos que nos veículos online.
Mas o volume de mídias foi crescendo e ficou praticamente impossível acompanhá-las todas sem ajuda da tecnologia. Foi quando a realidade começou a mudar e os clippings online foram, aos poucos, conquistando seu lugar no mundo.
Hoje em dia, eles são muito mais que clippings de notícias. Depois de se tornarem online, foram, aos poucos, assumindo outro papel. O de ferramenta de inteligência de mercado. E foi aí que passaram a ser indispensáveis. Pelo menos para as empresas mais visionárias, que estão sempre pesquisando e buscando soluções que lhes deem vantagens competitivas em relação à concorrência.
Inicialmente, as agências ofereciam clippings para demonstrar resultado, “mostrar serviço” aos clientes. Justificavam os valores cobrados medindo o valor das matérias por equivalência publicitária (o que hoje chamamos de valoração). Ou seja, mostravam o quanto o cliente teria gasto se tivesse comprado o mesmo espaço publicitário, ocupado por uma matéria publicada espontaneamente. O argumento era o seguinte: esse espaço em publicidade custa R$30.000 mil. Cobramos R$3.000 pelos nossos serviços, logo, oferecemos um retorno de 10 vezes o que você gastaria.
Com a evolução da tecnologia, passando pelos clippings online, surgiram as novas soluções de monitoramento de mídias automático. O clipping de notícias passou então a ter outro objetivo, o monitoramento de mercado. Muito mais que monitorar notícias, ele monitora clientes, concorrência e produtos, nas mídias online e offline. Consequentemente, assume uma função muito mais tática, que dá suporte a tomadas de decisão de negócios – embasadas em todos esses dados monitorados.
Dessa forma, o tradicional clipping de notícias se transforma, deixa de ser um entregável das assessorias (que queriam justificar valores para os clientes), para ser vendido diretamente às empresas que desejam monitorar oportunidades – seja para as áreas de comunicação, marketing ou vendas.
Ou seja, de um serviço inicialmente utilizado para justificar cifras, o clipping de notícias passou a ser uma ferramenta de inteligência que hoje dá suporte tático a várias áreas em suas tomadas de decisões estratégicas.
Se por um lado os veículos tradicionais diminuíram, por outro lado, os veículos online se multiplicaram exponencialmente. O volume de blogs, de sites e de novas redes sociais não para de aumentar. Consequentemente, as notícias também não param de surgir, o tempo todo, de qualquer lugar.
Assim sendo, os clippings gerado pelo monitoramento das mídias também são muito mais que diários. Normalmente, são enviados para os e-mail previamente registrados, quantas vezes ao dia forem necessários. Podem ser enviados para follow up de notícias, para mostrar as menções que surgiram ao longo de um dia ou até para direcionar assuntos pré-selecionados para os respectivos endereço de e-mail, se assim for desejado pelo cliente.
Resumindo, o clipping de notícias de hoje, além de online, tem muito mais utilidade e é mais personalizado, preciso, abrangente e, em alguns casos, até interativo.
Na verdade, não há restrição de áreas, nem limite de benefícios gerados pelos clippings modernos. Tudo vai depender da indústria, do porte e do objetivo de cada empresa. Todavia, seguem alguns exemplos das áreas que normalmente fazem um bom uso do novo formato clipping de notícias, via monitoramento integrado de mídias.
Com o aumento incontrolável do volume de mídias e notícias, tornou-se inviável fazer o clipping da maneira braçal, como sempre foi feito. Esse processo manual teve que evoluir e a tecnologia acabou assumindo esse papel de forma automatizada e muito mais ágil.
Na medida em que a própria tecnologia foi evoluindo, surgiram soluções muito mais completas, que monitoram informações bem mais táticas, por todas as mídias online e offline. Em outras palavras, o tradicional clipping de notícias se transformou em ferramenta de inteligência de mercado.
Consequentemente, as clipadoras tradicionais começaram a perder cada vez mais espaço para empresas que oferecem esse novo tipo de solução – os clippings online que se posicionam como ferramentas de inteligência de mercado.
Que tipo de clipping você usa? Será que ele ainda é relevante para a sua marca? E se ele pudesse cobrir todas as mídias online e offline e reunir todas informações monitoradas em forma de relatórios analíticos, não teria mais utilidade para sua área?