As bolhas de informação são uma realidade com a qual as empresas precisam lidar. Afinal, a partir delas muitas vezes nascem boatos, detrações e até "cancelamentos" que podem impactar negativamente a reputação corporativa.
Elas se formam em variados ambientes online, especialmente nos feeds e nas comunidades de redes sociais. Reunindo influenciadores, líderes de opinião e o público em geral em torno de temáticas específicas — daí a origem da metáfora.
Sobre isso vamos te ajudar a refletir ao longo deste artigo, no qual você vai ver:
Confira!
As redes sociais assumiram total protagonismo como canais de produção e divulgação de informações. Em 2017, elas movimentavam 2,7 bilhões de usuários ao redor do mundo. Em 2022, esse número saltou para 4,5 bilhões e a previsão é que ele chegue a 5,8 bilhões até 2027, segundo a consultoria Statista.
Trata-se, portanto, de um fenômeno comunicacional em escala global. Agora, quais são as origens desse fenômeno?
A primeira mídia social a atingir um milhão de usuários ativos mensais foi o MySpace, por volta de 2004. Reunindo usuários que podiam criar seus perfis onde publicavam seus interesses e se vinculavam a outras pessoas, este site marca o começo das redes sociais como conhecemos hoje.
No Brasil, também nesta época, popularizou-se o Orkut, uma espécie de "Facebook pré-histórico". Por aqui, essa rede precursora teve seu maior público. Em seu auge, 48% dos usuários eram brasileiros, enquanto 39,2% eram da Índia e 2,2% dos Estados Unidos.
Nenhuma outra rede social, contudo, revolucionou tanto quanto o Facebook.
Nascida em 2004, a "rede das redes" tem hoje 2,91 bilhões de usuários ativos mensais — cerca de 36,8% da população mundial, segundo levantamento da Hootsuite. Ela influenciou, por exemplo, a maneira como as pessoas consomem notícias: diretamente no feed, via compartilhamento de amigos e líderes de opinião.
Nesta cronologia, vale a pena lembrar da popularização do Twitter. Surgido em 2006, o serviço de microblog tornou o ritmo de produção e publicação de informações altamente frenético.
Logo em seguida, em 2010, nascia o Instagram. Com ele, o compartilhamento de fotografias e imagens foi popularizado — há hoje poucas pessoas que montam álbuns físicos com seus registros fotográficos pessoais.
Damos um salto para a contemporaneidade e chegamos ao TikTok, a rede social chinesa sensação entre os adolescentes (a Geração Z). Nele, os usuários podem criar, compartilhar e assistir a videoclipes que vão de 3 a 60 segundos.
O algoritmo do TikTok é o mais "agressivo" já visto. Ele é muito mais propenso à viralização, o que empolga os usuários. Ao mesmo tempo, torna o ritmo de produção e publicação ainda mais acelerado.
Apesar de sequer estar entre as cinco mídias sociais mais utilizadas no mundo, o TikTok já fez história. Depois de sua ascensão, todas as demais redes precisaram fazer mudanças para se adaptar a uma nova forma de manter o público engajado.
E o futuro? Há quem diga que o próximo passo é o surgimento do Metaverso.
Conforme já dissemos aqui no blog, a promessa é que o Metaverso "vai fornecer oportunidades de interação mais realistas, alterando substancialmente a maneira como as pessoas se divertem, jogam e trabalham online".
Em síntese, no Metaverso, os usuários deverão interagir com avatares que serão uma versão virtual de si mesmos. Eles farão tudo o que já fazem nas plataformas de mídia social atuais, porém terão uma experiência muito mais imersiva e realista utilizando óculos de realidade aumentada, entre outros dispositivos.
Com o boom das redes sociais surgiu um fenômeno nunca antes visto com tanta intensidade: as bolhas. Resultado da algoritmização da sociabilidade online, elas nada mais são do que grupos de indivíduos se retroalimentando de ideias e convicções.
→ Antes de seguirmos com essa reflexão, é interessante saber que existem dois grandes tipos de bolhas:
Bolhas de informação |
Bolhas ideológicas |
Comunidades online onde os indivíduos produzem e compartilham informações sobre alguns temas específicos. Elas não abrem muito espaço para o contraditório.Como consequência, seus membros tendem a se tornar refratários a pessoas que pensam e agem de maneira diferente. Isso porque têm a ilusão de que sua visão de mundo é a única correta — já que validam continuamente suas opiniões com seus próprios pares. |
Dentro do mesmo princípio das bolhas informacionais, as bolhas ideológicas têm um cunho mais político. Elas normalmente reúnem ativistas e militantes de determinadas ideologias. Podendo nascer e se manter de maneira orgânica, elas frequentemente são manipuladas por pessoas interessadas em angariar apoio (políticos em busca de votos, por exemplo). Basicamente, uma bolha ideológica isola as pessoas das críticas em tempo real aos seus princípios e posições. |
Nas bolhas informacionais e ideológicas, as pessoas encontram uma certa segurança, pois suas opiniões não recebem confronto. Isso gera uma auto satisfação que, com o tempo, pode se transformar em dureza e até intolerância.
Elas tendem a perder a capacidade de pensar para além do "corpo de ideias" ao qual pertencem seus pares. Logo, as bolhas representam um perigo para a própria democracia, pois, sufocando o amplo debate, tendem a alimentar a polarização.
É por isso que com frequência cientistas sociais, comunicólogos e outros estudiosos apontam as bolhas de informação como o nascedouro da desinformação. Eles identificam nessas comunidades um forte viés político-partidário e argumentos unilaterais fazendo com que a "verdade dos fatos" seja menos importante que a convicção.
Diz-se que uma bolha de informação pode ser orientada por:
Além disso, não podemos esquecer de mencionar o uso antiético de contas automatizadas (robôs) para alterar o debate online. Elas influenciam a maneira como as pessoas constroem e compartilham opiniões nas bolhas em que participam. E praticamente não são impedidas por nenhum tipo de regulamentação legislativa, conforme já criticava uma reportagem do The Guardian há quatro anos.
Há diversas razões pelas quais as bolhas informacionais e ideológicas devem estar no radar das empresas. Desde a propensão dos membros dessas comunidades ao ativismo até oportunidades de geração de diálogo com públicos específicos.
Mais especificamente, uma estratégia de gestão de reputação deve contemplar esse fenômeno. Ou seja, cabe aos comunicadores corporativos e estrategistas de Relações Públicas mapear, monitorar e, quando necessário, dialogar com as bolhas.
Agora as organizações não têm muito espaço para erros, pois os ambientes para críticas, boicotes e “cancelamentos” estão a poucos cliques. Para se ter uma ideia, os internautas passam nelas mais de 30% do tempo em que estão conectados, segundo o Global Web Index.
Além disso, já se sabe que as pessoas são mais propensas a compartilhar uma notícia ruim sobre uma marca nas mídias sociais do que pessoalmente. E mais: cerca de 47% delas dizem preferir receber esclarecimentos nos perfis sociais das empresas envolvidas em alguma polêmica, conforme um estudo feito nos Estados Unidos e no Reino Unido.
Sem a devida atenção às bolhas, podem surgir abalos reputacionais vindos de boatos, detrações deliberadas, fake news, entre outros problemas. Inclusive porque a mídia tradicional entende que a atenção dada pelos internautas a um debate online é de amplo interesse público e, portanto, merece ser investigada e repercutida.
Quais são as consequências das crises de imagem iniciadas e mantidas online? Resumidamente:
No detalhe, esses profissionais devem dimensionar continuamente a performance reputacional da empresa. Fazer isso com métricas e indicadores de desempenho bem definidos e acompanhados em tempo real — não dá mais para esperar o clipping que mostra as menções à marca ocorridas ontem.
Agora, as limitações da clipagem podem até atrapalhar o desempenho de Comunicação e RP de uma empresa. Por exemplo, por focar apenas nas citações explícitas, não alcançando contextualização nem fornecendo parâmetros comparativos.
Na atualidade, o melhor caminho a ser seguido pelas áreas de Comunicação e RP é investir em inteligência de dados. Ou seja, em ferramentas e habilidades analíticas para captar, processar e inferir respostas em grandes volumes de informações vindas de diferentes fontes — em tempo real, de maneira contextualizada.
Neste movimento, destacam-se as plataformas de inteligência de comunicação. Isso porque há nestes sistemas um nível técnico mais aprofundado, permitindo automatização do acompanhamento das menções, inclusive com amparo da Inteligência Artificial.
Diferentemente do clipping tradicional, um sistema de inteligência de Comunicação proporciona a "onisciência" tão necessária atualmente. Ele ajuda o time a lidar com a esfera da opinião pública, largamente ampliada pelas mídias digitais. Permitindo acompanhar em tempo real o que dizem jornalistas, mas também líderes de opinião, influenciadores e o público em geral.
Trata-se, portanto, de um plus de dinamicidade no trabalho dos profissionais encarregados de estruturar e executar a Comunicação Estratégica. Por exemplo, facilitando o monitoramento de tendências de mídia. Ou seja, a detecção de temáticas que tendem a entrar no debate coletivo para, a partir disso:
Com a inteligência de dados trazida por uma plataforma que potencializa o poder analítico, os profissionais vão muito além do clipping. Eles ganham preditividade, entendem melhor os diferentes públicos, se antecipam a tendências e conseguem quantificar e qualificar o ganho de mídia espontânea.
Condutoras do debate coletivo na atualidade, as redes sociais pavimentaram o caminho para o surgimento das bolhas de informação. Elas favorecem a reunião de indivíduos comuns e lideranças de opinião pouco abertos a ideias diferentes, o que favorece a polarização.
Por isso, as empresas que já entenderam a importância da gestão de reputação, devem saber lidar com esse perfil "agridoce" das redes. Por um lado, devem usá-las como canais de comunicação e vendas; por outro, precisam estar atentas à possibilidade de surgirem crises de imagem a partir delas.
Você gostou da reflexão que trouxemos neste texto? Como sua empresa está lidando com as bolhas de informação?
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