Metaverso além do hype: conceito, comportamento e as novas dinâmicas de entretenimento e consumo
Com Luiz Gustavo Pacete, Editor da MMA Latam e Forbes
Quem nunca ouviu falar em metaverso? A popularidade do termo se deve, em muito, ao Facebook Inc - ou Meta -, nome dado à holding controladora do Facebook e outras plataformas de mídia social, como Instagram e WhatsApp. Mas o conceito, as tecnologias e as possibilidades do metaverso vão muito além do que propõe a holding, que teve a mudança anunciada por Mark Zuckerberg há cerca de um ano.
Apesar de o direcionamento mercadológico da Meta ser o mais conhecido pelo grande público, especialistas como Luiz Gustavo Pacete explicam que o conceito de metaverso é muito mais amplo e que o ambiente imersivo já possui uma cultura de interação, especialmente no universo Gamer.
Pacete é Editor de Tecnologia e Inovação da Forbes Brasil e Head de Conteúdo da MMA. Escreve sobre tecnologia, inovação e games Sports sob o ponto de vista de marcas e negócios. Também fala sobre transformação digital e futurologia. Um dos palestrantes confirmados no RD Summit, ele concedeu, ao Intelligence Review, uma entrevista exclusiva sobre o tema, que você confere a seguir:
- 1. O metaverso é um tema que tem estado em alta e que ainda gera curiosidade e dúvidas em muitas pessoas. Como esse universo virtual pode impactar a forma como lidamos com tecnologia?
É normal que o metaverso esteja em alta depois que o Facebook, uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, mudou de nome para Meta e redirecionou sua prioridade no longo prazo. No entanto, vale lembrar que a junção de tecnologias relacionadas a esse conceito (VR, AR, games, inteligência artificial) é que, de fato, potencializa o mundo imersivo, e muitas dessas tecnologias estão aí há décadas, ou seja, o metaverso é muito mais sobre o momento digital que vivemos do que propriamente sobre tecnologias em si. O interessante é que nossa relação com a tecnologia vem sendo moldada, haja vista o mundo dos games, e ela será cada vez mais fluida, interativa e imersiva
2. O tema da sua palestra no RD Summit é “Metaverso além do hype”. O que isso quer dizer?
O objetivo é mostrar o metaverso de forma desconstruída, muito além da moda de falar do tema, é importante focar em todos os elementos que estão relacionados a esse universo. Quero mostrar também como o mundo dos games já nos ajuda a entender muito o que estamos chamando de metaverso.
3. Uma matéria publicada na CoinDesk com informações do agregador DappRadar, apontou que plataformas avaliadas em 1 bilhão de dólares têm uma quantidade muito pequena de usuários hoje. Criou-se muita expectativa em relação ao metaverso ou podemos esperar em um curto-prazo o amadurecimento e ganho de escala desse universo virtual?
Sim, essa expectativa é o chamado hype, mas vale lembrar que isso é comum com qualquer tecnologia, o Metaverse Hype Cycle mostra que primeiro vem a euforia, depois a desilusão, até a estabilização. Por isso que é importante tirar o foco da tecnologia e entender o que está por trás da discussão, em outras palavras, é importante entender do que estamos falando quando estamos falando de metaverso.
4. A indústria de games vai crescer 50% até 2025 chegando a US$ 307 bilhões, segundo o diz o levantamento da Bain & Company. Quais tendências podemos esperar para os próximos anos?Games seguem sendo muito fortes, live-commerce ganhando cada vez mais força e plataformas como Tik Tok se transformando em grandes plataformas de busca, e tudo isso tem relação com metaverso e com as possibilidades imersivas de conseguir se relacionar, transacionar e fazer muitas coisas nesse mundo imersivo. Resta saber qual a plataforma que vai conseguir atrair pessoas e audiência nessas experiências
5. Como as tecnologias imersivas impactam as novas dinâmicas de entretenimento e consumo?
Elas podem criar novas experiências, potencializar narrativas, e permitir que as marcas explorem novas dinâmicas e narrativas, existem várias possibilidades mas que ainda dependem da maturidade de muitas das tecnologias.