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Fake news: saiba como o clipping interativo pode salvar sua marca

Escrito por Bruna Vieira | Jul 5, 2019 3:00:00 AM

Tempo de leitura: 5 minutos

Você vai ler sobre:

  • A importância do clipping moderno para desfazer fake news
  • Os erros que comprometem a qualidade do clipping
  • As premissas de um monitoramento eficaz

Para além da mensuração dos resultados de obtenção de mídia espontânea, o clipping é uma ferramenta de monitoramento. Ele facilita a detecção de detrações, boatos e notícias falsas, especialmente quando realizado por meio de uma solução tecnológica de última geração.

Sobre tudo isso queremos te ajudar a refletir ao longo deste artigo. A seguir, você vai ver:

  • por que a Comunicação deve estar atenta às fake news;
  • como o clipping ajuda no combate às notícias falsas;
  • quais cuidados devem ser tomados no processo de clipagem quando se trata de lidar com esse fenômeno;Você já pensou na relação entre o processo de clipagem de notícias e o combate às fake news? Ela existe e pode surpreender, uma vez que o clipping é tido como algo muito corriqueiro e, portanto, sem grandes novidades.

e muito mais.

Confira!

Por que o fenômeno das fake news precisa estar no radar das áreas de Comunicação e Relações Públicas?

Em toda a América Latina, o Brasil é o país no qual os profissionais de Comunicação e Relações Públicas mais se preocupam com as fake news. Mais precisamente, 48,6% deles veem o tema como uma questão preocupante — acima da média da região, de apenas 33%, segundo a Latin American Communication Monitor 2018-2019.

É possível inferir que isso acontece por conta do grande tráfego de informações e interatividade dos brasileiros nas mídias sociais. Afinal, cerca de 98% dos usuários da internet em nosso país têm perfil nas redes e a média de uso semanal é de 53 horas, aponta a Comscore

Devido ao caráter imediatista das redes a rapidez com que notícias total ou parcialmente incorretas surgem e são difundidas é imensa. Elas são 70% mais compartilhadas do que as verdadeiras, de acordo com um estudo do Massachusetts Institute of Technology (MIT).

Além disso, há as bolhas de informação que, muitas vezes, são o berço de conteúdos deliberadamente enganosos. Elas reúnem pessoas em busca de reafirmar sua visão de mundo e, portanto, estão mais suscetíveis a evitar os contrapontos tão necessários para a checagem dos fatos. 

Além disso, as bolhas são usadas por líderes de opinião que se aproveitam da inocência midiática das pessoas para difundir ideias infundadas. O que, em muitas ocasiões, acaba respingando em marcas e gestores empresariais — usados como "bodes expiatórios" ou tendo seus deslizes expostos de maneira desproporcional. 

Em resumo, os profissionais que se ocupam da reputação corporativa devem ficar atentos à crescente desinformação online. Do contrário, podem ver todo o trabalho realizado em décadas cair por terra com linchamentos virtuais e "cancelamentos".  

Como o clipping ajuda no combate a fake news sobre a marca?

Estamos na era dos dados, um tempo no qual a difusão de ideias, notícias e opiniões acontece em altíssima velocidade. Conforme citamos anteriormente, quase 100% dos brasileiros estão conectados em alguma rede social, fazendo com que a mediação tradicional (feita por profissionais da imprensa) praticamente não exista.  

Toda essa conectividade, logicamente, é permeada por desinformação ou, deliberadamente, influenciada pelas fake news. Você já deve ter recebido alguma informação suspeita repassada por alguém no Whatsapp, por exemplo, certo? 

Especialmente nesses tempos em que crises de imagem se tornam globais em questões de minutos, a velocidade de reação é indispensável para as estratégias das marcas. 

E é aí que entra o papel do clipping: monitorar e acompanhar as notícias sobre a sua organização, e também sobre seus concorrentes para impedir a disseminação de fake news que impactem a reputação da companhia.

Novo clipping para os novos tempos

No método antigo, empresas recebiam um relatório que olhava para o passado, e não trazia a repercussão nas diferentes mídias de forma integrada. 

Além disso, os resultados retratados nele eram meramente quantitativos, o que dificultava uma análise mais aprofundada das menções à marca, além de não contextualizar com a realidade do mercado, por exemplo. 

Com o clipping interativo, o trabalho de monitoramento se modernizou. Ele passou a fornecer análises qualitativas das menções, melhorando significativamente o dimensionamento da reputação da marca.

Além disso, muito mais que cobrir apenas notícias, o novo clipping monitora clientes, concorrência e produtos, nas mídias online e offline. Consequentemente, assume uma função muito mais tática, que dá suporte a tomadas de decisão —  embasadas em todos esses dados monitorados.

Em suma, estamos falando de um processo de clipagem bem mais ágil e contextual. Ele permite um aprofundamento maior no monitoramento e eleva a capacidade analítica, o que torna Comunicação e RP bem mais contributivas para o negócio. 

→ Entenda mais sobre o clipping de notícias e sobre o clipping interativo.

O que compromete a qualidade do clipping na atualidade?

Quando se trata de lidar com o fenômeno das fake news, mas também com a complexidade mercadológica de maneira geral, alguns erros devem ser evitados no processo de clipagem. Confira quais são eles!

1. Reunir somente o que repercutiu de positivo

Uma mesma matéria pode repercutir de maneira positiva ou negativa. Ignorar a parte negativa, clipando apenas conteúdos favoráveis à marca é um dos principais erros na construção do clipping.

Isso porque notícias e comentários detratores também são importantes para uma real percepção de reputação e da imagem da empresa.

2. Focar somente na mensuração quantitativa

O foco somente no ganho de espaço de mídia, visualizando o quanto a marca economizou comparativamente aos valores publicitários, já não faz mais sentido. Agora é preciso avaliar resultados qualitativos.

De uma maneira geral, é preciso saber se as menções são:

  • Promotoras: resenhas e comentários positivos, recomendações, destaques de produtos ou serviços, entre outras com tom elogioso. 
  • Detratoras: críticas e avaliações negativas, reclamações sobre produtos e serviços, comentários desencorajando outros consumidores, entre outras.  
  • Inócuas: críticas fundamentadas e sem tom “destrutivo”, comentários e outras ações opinativas que não causam sérias ranhuras à imagem da marca.
  • Balanceadas: citações críticas, mas considerando o lado da empresa.

Do contrário, fica impossível entender os impactos reputacionais de cada citação; deixando até escapar o início de boatos que podem se converter em fake news difíceis de serem desmentidas.  

3. Montar o relatório só com notícias que citam a marca 

É indispensável acompanhar todo o material divulgado a respeito não apenas da marca, mas também da concorrência e de todo o mercado de atuação da companhia. 

Por exemplo: geralmente as empresas divulgam relatórios de seus resultados ao longo do ano. É importante que este conteúdo seja clipado, tanto o referente à sua empresa, quanto dos concorrentes.

Desta forma, é possível analisar aspectos importantes da concorrência, que podem contribuir para uma atuação mais estratégica da sua companhia.

4. Ignorar as bolhas de informação

As bolhas de informação se formam em comunidades nas redes sociais e em aplicativos de mensagens (WhatsApp, entre outros), bem como nos fóruns de discussão em outros espaços virtuais.

Não monitorá-las pode deixar a marca a mercê de agentes detratores, que coordenam as conversas em torno de temas que podem gerar crises reputacionais. Por exemplo, em grupos de ativismo que tratam de temas sensíveis ao mercado no qual a empresa está inserida. 

4. Não confirmar a procedência de uma matéria

Como vimos, qualquer informação errada, seja intencionalmente ou não, pode ganhar uma repercussão inesperada e gerar crise. 

Algumas dicas para identificar fake news são:

  • Checar todas as fontes das notícias; 
  • Considerar o nível de credibilidade do veículo; 
  • Ler a matéria completa para verificar erros de formatação ou ortografia;
  • Pesquisar a notícia no Google e analisar se também repercutiu em sites confiáveis.

5 pontos essenciais para a elaboração do clipping na era das fake news

  1. Conhecimento sobre os objetivos da empresa. Primeiramente deve-se conhecer bem a empresa; entender os resultados esperados com o monitoramento e definir um foco para ele.
  2. Monitoramento do mercado e concorrentes. Em seguida, aprofundar as buscas, pesquisando todos os assuntos e palavras-chave que estejam ligados à empresa e seus concorrentes.
  3. Confirmação da fonte da matéria. Em tempos de fake news, é importante confirmar a procedência das matérias selecionadas no clipping.
  4. Acompanhamento das bolhas. Elas movimentam boa parte da opinião pública e, quase sempre, são o local de nascimento de notícias falsas. 
  5. Organização das informações. Isso pode ser feito tanto por meio de filtros quanto de palavras-chave. A estruturação de informações é primordial para o entendimento da repercussão da marca nos diferentes canais.

  6. Resumindo: o fenômeno das fake news requer o clipping interativo, ancorado em dados 

O clipping é um trabalho de monitoramento de notícias que ganhou um novo valor na era dos dados. As áreas de Comunicação e RP mais modernas vêem o clipping como uma ferramenta de gestão de risco. 

Além de se antecipar a potenciais crises, acompanham a repercussão nas mídias para identificar eventuais fake news a respeito da marca.

Em síntese, trata-se de uma ferramenta imprescindível para o desenvolvimento de estratégias e tomadas de decisões.

Algumas premissas importantes:

  • O clipping pode ajudar as áreas de comunicação na identificação de notícias falsas, evitando crises de imagem;
  • É fundamental que o monitoramento de notícias aconteça em tempo real e de forma integrada;
  • Um dos aspectos mais importantes é conhecer o mercado da empresa, para acompanhar a repercussão dos concorrentes e fazer comparação com a marca.

Que tal, você já havia pensado no processo de clipagem de notícias como ferramenta de combate às fake news?