Muito se fala no apetite de risco das empresas de maior sucesso; no quanto elas estão dispostas a enfrentar percalços para obter grandes resultados. Logo, também é interessante refletir sobre como essas organizações se articulam em termos de mitigação de riscos.
Basicamente, quanto mais arriscadas forem as ações mercadológicas, mais preparada a companhia deve estar para minimizar os impactos de eventos negativos. Isso porque voos no escuro trazem incertezas, tanto em termos de lucratividade e expansão quanto de reputação.
Pensando nisso, trazemos neste artigo uma reflexão aprofundada sobre o tema. Aqui você vai ver:
Acompanhe!
Mitigar significa reduzir ou aliviar o efeito de algo. Portanto, a mitigação de riscos na gestão empresarial se refere às estratégias adotadas para identificar potenciais ameaças. Elas podem ser externas ou advindas das decisões e ações internas.
Logo, é correto dizer que mitigar riscos requer uma atuação voltada para a minimização dos impactos gerados pela concretização de problemas no negócio. Ou seja, trata-se de uma iniciativa preventiva.
Também é importante ter em mente que a mitigação de riscos é um processo, uma política de ação. Justamente por isso, ela tem estágios de preparo e atuação.
Então, antes de efetivamente atenuar o risco existem etapas a se cumprir, tais como:
Dessa forma, se conhece previamente o que pode vir a dar errado e tem-se a real dimensão do quão prejudicial determinados eventos podem ser ao se concretizarem.
O princípio da mitigação é preparar a organização para todos os riscos potenciais. Dentro disso, um plano adequado pesará os impactos de cada risco e priorizará ações específicas em torno deles.
Portanto, é importante ter a consciência de que mitigar riscos é concentrar-se na inevitabilidade. Também que essa estratégia é usada para aquelas situações em que uma ameaça não pode ser totalmente evitada.
Em outras palavras, em vez de se trabalhar para evitar um risco, lida-se com as consequências dele e os cuidados que podem ser tomados antes. Para reduzir os efeitos adversos de curto, médio e longo prazo.
Idealmente, uma organização estaria preparada para todos os riscos e ameaças. Mas, nós sabemos, não é assim. Por isso, deve-se estar preparado para o pior, reconhecendo que algum grau de dano ocorrerá e tendo planos de contingência para colocar em ação.
Também é relevante lembrar que os riscos empresariais podem ser divididos em dois grandes grupos:
Em ambos os casos, eles devem ser mapeados e avaliados continuamente. E, para cada um deles, é preciso planejar um tratamento hábil e eficiente, ou seja, ter um plano de mitigação.
Fonte: Corporate Finance Institute.
Os riscos empresariais são variados conforme o mercado no qual cada empresa está inserida. Contudo, há aqueles que são comuns a todos os negócios, conforme pontua a Deloitte. Confira, a seguir, quais são eles!
A economia está mudando constantemente à medida que os mercados flutuam. Algumas mudanças são positivas, o que leva a ambientes de compra em expansão, enquanto eventos negativos podem reduzir as vendas.
Neste sentido, a mitigação de riscos econômicos é um esforço de observar as mudanças e tendências do mercado para antever e planejar uma desaceleração econômica.
Isso requer economia de dinheiro para manter um fluxo de caixa estável. Além disso, é preciso operar com um orçamento enxuto com baixa sobrecarga em todos os ciclos econômicos.
Os proprietários de empresas enfrentam uma abundância de leis e regulamentações que precisam cumprir. Por exemplo, a recente Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e a conformidade do processamento de pagamentos afetam o modo como lidam com certos aspectos operacionais.
Neste sentido, a mitigação de riscos de conformidade requer conhecimento das legislações e adequações estratégicas e operacionais.
Isso porque o não cumprimento das normativas pode resultar em multas e penalidades significativas.
Normalmente, as empresas mais preparadas em termos de conformidade são aquelas que se juntam a entidades de classe, revisam regularmente as informações de órgãos governamentais e buscam assistência de consultores especializados.
À medida que mais clientes usam canais online e móveis para compartilhar dados pessoais, também há uma maior incidência de cibercrimes. Notícias sobre violações de dados, roubo de identidade e fraude de pagamento ilustram como esse tipo de risco está crescendo no ecossistema empresarial.
Os riscos relacionados à segurança da informação não afetam apenas a confiança e a reputação corporativa, mas a empresa também é financeiramente responsável por qualquer violação de dados ou fraude.
Neste sentido, a mitigação de riscos requer investimentos em:
Os riscos financeiros podem envolver crédito concedido a clientes ou endividamento da própria empresa. Além disso, as flutuações das taxas de juros também podem ser uma ameaça.
Fazer ajustes no plano de negócios é uma tática de mitigação de riscos, pois ajuda a evitar prejuízos ao fluxo de caixa e perdas inesperadas. Entre as ações mais comuns, é recomendado reduzir o endividamento ao mínimo possível.
Este tipo de risco empresarial pode ocorrer interna e externamente ou envolver uma combinação de fatores. Ele pode vir em forma de um desastre natural ou incêndio, uma interrupção do servidor causada por problemas técnicos, erros dos funcionários, entre outras situações.
Quer se trate de uma falha de pessoas ou de processo, os riscos operacionais podem afetar adversamente os negócios em termos de dinheiro, tempo e imagem. Mitigá-los requer investimentos em capacitação das equipes, equipamentos modernos e, em última instância, planos de contingência.
Por exemplo, mais empresas estão usando armazenamento em nuvem para proteger seus ativos informacionais, bem como automatizando atividades para evitar erros e retrabalhos.
Embora uma empresa possa estar ciente de que sempre há alguma concorrência em seu setor, é muito fácil não visualizar os diferenciais que os concorrentes oferecem.
Esse risco envolve os gestores do negócio se sentirem tão confortáveis com seu sucesso e com o status quo que não procuram maneiras de melhorar continuamente. Nesse caso, o aumento da concorrência, combinado com a relutância em mudar, pode resultar na perda de clientes.
Logo, a mitigação de riscos de competição requer reavaliação regular de desempenho, refinamento de estratégia de mercado e manutenção de relacionamentos fortes com stakeholders. Além disso, é importante ficar de olho na concorrência pesquisando regularmente o que eles estão fazendo.
Dada a inevitabilidade dos problemas, é fundamental que as empresas contemplem a mitigação de riscos em seu planejamento estratégico. Isso significa que periodicamente (trimestral, semestral ou anualmente), as ameaças são revisadas e planos de ação são desenvolvidos para minimizar seus impactos.
Agora, é importante não confundir planejamento estratégico com plano de negócios. Este último trata do estabelecimento de metas de curto ou médio prazo e da definição das etapas necessárias para alcançá-las. Já planejar estrategicamente significa focar em objetivos de médio a longo prazo e definir táticas para realizá-los.
Normalmente, o planejamento estratégico envolve dar um passo atrás nas operações diárias e perguntar para onde a empresa está indo e quais devem ser suas prioridades.
Logo, em termos de mitigação de riscos, é fundamental antever quais adversidades têm chance de surgir conforme o que foi planejado começa a se concretizar. Por exemplo, fraudes cibernéticas podem surgir com mais frequência à medida que a organização expande suas vendas online.
Em suma, trata-se de ir além dos desafios e percalços que surgem no caminho para o alcance de metas. Isso requer a consideração sincera de como eventos ou cenários externos e internos vão afetar a capacidade de atingimento dos objetivos.
Dentro do esforço de mitigação de riscos, é importante que as empresas caminhem em direção à Inteligência de Mercado que, em síntese, diz respeito à gestão orientada por dados.
Isso porque para evitar riscos é preciso mapear as decisões que devem ser tomadas rapidamente. Para que o negócio siga adiante rumo aos resultados almejados, apesar dos problemas.
Com a transformação digital, cada vez mais as organizações amparam suas decisões mercadológicas em informações e aquelas companhias que já contam com a Inteligência de Mercado ganham competitividade. Isso acontece porque conseguem entender as reais necessidades de seus clientes.
Dentro disso, a previsibilidade e a mitigação de riscos se tornam mais factíveis e estratégicas. Isso considerando que o poder de processamento e análise de dados estão intimamente ligados à capacidade de obtenção de insights para decisões mais acertadas e tomadas em tempo hábil.
Um exemplo prático de como a Inteligência de Mercado facilita a mitigação de riscos é a capacidade de antever flutuações nas demandas de produtos e serviços.
Ou seja, monitorando e analisando dados históricos do negócio ou captados de fontes externas, as empresas podem entender quando haverá maior ou menor procura por determinados itens. Com isso, evitam faltas ou excessos de mercadorias em seus estoques, reduzindo custos adicionais e também insatisfações dos clientes.
Por fim, também vale a pena pensar em como ferramentas tecnológicas podem ser empregadas para facilitar estratégias de mitigação de riscos.
Confira, a seguir, quais são as mais indicadas!
Um software de Gestão de Relacionamento com o Cliente (CRM) serve para cuidar estrategicamente do relacionamento com clientes. Este tipo de sistema fornece várias funcionalidades para guardar históricos de compras, contatos etc.
Quando bem empregado, um bom CRM pode servir como um hub centralizado de dados sobre insatisfações dos clientes, informações sobre o que eles dizem sobre a concorrência, entre outras.
Com esses dados em mãos, os gestores podem mapear comportamentos, medir forças e as fraquezas do negócio em termos comerciais, e muito mais. E, a partir disso, verificar quais ameaças são mais eminentes e traçar planos para minimizar seus impactos.
As soluções de Business Intelligence (BI) facilitam o cruzamento de dados internos com externos, elevando o poder analítico dos gestores de negócio. Normalmente, elas são utilizadas para comparar a performance da empresa com seus concorrentes, além de captar tendências de compras e comportamento do consumidor.
Em resumo, ao contar com uma plataforma de BI, os decisores do alto escalão corporativo conseguem fazer análises preditivas e visualizar cenários futuros, incluindo ameaças sistêmicas. O que os torna mais capacitados a definir e executar a mitigação de riscos.
Já soluções de Growth Intelligence são empregadas para lidar com grandes volumes de dados desestruturados, normalmente advindos de fontes externas. Elas são excelentes para ampliar a capacidade dos gestores de obter informações mercadológicas em tempo real, gerar insights para decisões em tempo hábil e alavancar a competitividade.
Outro tipo de ferramenta que contribui para alavancar as estratégias de mitigação de riscos é a Inteligência de Vendas, voltada para ampliar a competitividade comercial.
Com essa solução, o time de vendas e os executivos de negócios ampliam seu poder de previsibilidade, monitoramento de mercado, entre outras frentes.
Na prática, eleva-se a inteligência de mercado com um sistema que conta com grandes bases de dados externas. Dessa forma, é possível antever movimentações, incrementar a governança e agir com antecipação para evitar riscos e ameaças.
A mitigação de riscos não é uma escolha para a maioria das empresas, visto que a dinâmica atual do mercado torna tudo mais incerto e descontinuado. Pelo contrário, cada vez mais as organizações de maior sucesso têm de assumir a iminência de eventos negativos em seu cotidiano.
Isso não significa que é preciso viver apagando incêndios. Quer dizer que o planejamento estratégico deve contemplar ações para reduzir os impactos dos percalços que certamente vão surgir.
E as organizações que têm maior sucesso na mitigação de riscos são aquelas que ampliam sua inteligência de mercado. Especialmente fazendo uso estratégico da tecnologia e ampliando a capacidade tática e analítica de suas equipes.
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